Já repararam
como é bom dizer "o ano passado" (coisa que estamos prestes a dizer
daqui a algumas horas)? É como quem já tivesse atravessado um rio, deixando
tudo na outra margem...Tudo sim, tudo mesmo! Porque, embora nesse
"tudo" se incluam algumas ilusões, a alma está leve, livre, numa extraordinária
sensação de alívio, como só se poderiam sentir as almas desencarnadas.
2015 foi O
ANO na minha vida, aconteceram muitas coisas que mudaram o rumo da minha
história da água para o vinho. Logo no início desse ano eu e todos da minha família
tivemos que lhe dar com a dor mais horrível da face da terra: a dor da perda,
pois Deus quis que meu tio Gelson fosse habitar o mesmo lugar que Ele, mas eu
sei e sinto que o seu ser espiritual sempre estará no nosso meio, cuidando de
cada um que o ama e tem saudade.
Além da saudade
do meu tio, eu tive que saber controlar a saudade da equipe e dos amigos
Weverton, Lara, Nati, Duda, Sabrina, Erika, Clara, Jeni da escola Dom Henrique Ruth
onde fiz o meu Ensino Médio, já que mal tinha iniciado o terceirão quando fui
abençoada com uma vaga no curso superior dos meus sonhos, Letras – Português.
Ah, o meio acadêmico!
Eu nem acredito que consegui entrar em mais esse sonho cheio de dificuldades e
encontrar duas meninas de ouro: Débora e Ilana. Pessoas que hoje são minhas
grandes esperanças por tudo melhor e que me mostraram que amizade é bem mais do
que palavras. Foram elas que desde minha primeira noite de aula se juntaram a
mim para sempre e em tudo: nos trabalhos, nas jantas no R.U, bagunças no pátio
da UFAC onde todos já conhecem nossas famosas gargalhadas, enfim, na vida.
Foi também em
2015 que o coração da menina do sorriso solto bateu mais forte por um homem,
porém, depois de um tempo, não dando certo, ela chegou a sua velha conclusão que
homem merecedor do seu amor ainda está pra nascer.
E o balé? Eu e
Aldinei brilhamos, nos emocionamos, superamos a dor, as condições de lugares e até viajamos
especialmente para dançar. E eu? Além de dançarina, escritora, universitária,
atleta, a direção geral do Juruá Notícias me concedeu a imensa honra e
responsabilidade de trabalhar lá, desempenhando o papel de colunista, fator
importante para as pessoas com deficiência.