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sábado, 11 de outubro de 2014

Concurso Jovem Senador

           Todos sabem que eu sou apaixonada pela escrita, pois é nela que tenho a liberdade de expressar minhas opiniões sobre as injustiças existentes no mundo e por adorar escrever, esse ano participei de um concurso de redação intitulado Jovem Senador.
O concurso proporciona a 27 estudantes de cada unidade federativa uma viagem à Brasília para vivenciarem o trabalho de senadores brasileiros, discutindo propostas relacionadas com o poder legislativo e assim com o consenso do senado criar projetos de lei baseado nos assuntos das respectivas redações.
O tema de 2014 foi “Se eu fosse um senador”, contudo, como sou uma jovem que luta por melhorias para os deficientes viverem dignamente em sociedade, me dediquei dois meses escrevendo uma redação que ressaltava sobre acessibilidade uma questão bastante importante para uma parcela considerável da população, mas já que não gera lucro e os governantes não necessitam dela, a maioria deles não dá a mínima atenção para a causa.
Foi frustrante e lastimável saber que a comissão julgadora do Acre e do Senado Federal escolheram vencedoras temáticas clichês, tal como: educação, saúde e segurança pública. Mas, eu sei que mesmo sem a ajuda do senado, eu vou realizar o meu sonho de ver o meu país totalmente acessível não só para deficientes, como também para os idosos e as grávidas.
Eis aqui a minha redação:


                O Ser e o clamor pela acessibilidade
             A expressão “ser alguém” traz uma ideia de permanência e “se eu fosse uma senadora” não expressa certeza. Em uma perspectiva temporal podem ser corrigidas para “estar alguém”. Isso significa adotar um perfil moral e ético em relação aos problemas sociais, políticos e econômicos. Quem “estar senador” tem que possuir princípios, que lhe permita compreender situações sensíveis como a dos deficientes que desde tempos semotos têm clamado pela acessibilidade visando sua adaptação, locomoção e inclusão no âmbito social. Historicamente é possível compreender que eles sempre estiveram à margem da sociedade e dos seus interesses.
          A sociedade por ignorância sempre provocou a exclusão social e a aniquilação das pessoas com deficiência. Na Grécia Antiga, Esparta possuía uma educação militarista rude. Resguardava o culto de um corpo atlético e perfeito, pois queriam transformar seus cidadãos em modelos de soldados, fortes e corajosos. Os deficientes recém-nascidos eram lançados ao mar ou de precipícios, já que este povo, baseados em suas crenças religiosas acreditavam muitas vezes que a criança deformada era uma maldição, mandada pelos deuses. A literatura medieval coloca os anões e os corcundas como focos de diversão dos mais abastados. Tribos indígenas, no Brasil, cruelmente, enterram vivos os excepcionais. Apesar da precariedade das épocas e povos, surgiram poetas, físicos, matemáticos e astrônomos, que superaram a deficiência e fizeram jus aos seus nomes.
        Na dinâmica da existência humana há espaço tanto para mudanças quanto para continuidades. Ser senador é poder compreender o suplício dos deficientes, abandonar a ignorância preconizada por nossos ancestrais, propor mudanças e dar continuidade a políticas que já funcionam. Porém, a integração de deficientes ao meio é um processo lento. E sem a força do senado, paulatinamente, permanecerá no estado em que se encontra, apesar de uma grande diversidade de ONGs e instituições se empenharem na criação de projetos e programas em prol da inclusão social.
        Atualmente, a escassez de rampas, transportes, banheiros acessíveis e rebaixamentos de calçadas acabam gerando exclusão de muitas pessoas. Esta precariedade descumpre a constituição brasileira, ao que se refere: o direito de deslocamento, defendido pela lei de ir e vir. Nesse sentido, o projeto jovem senador deve mobilizar a sociedade para uma conscientização mais ampla na luta das pessoas especiais pelo fácil acesso a todos os recintos.
           É necessário levantar uma bandeira em prol dos que clamam por esta causa  para que assim possa haver mudanças no cenário insatisfatório em que vivem as pessoas deficientes. Ética e moralmente, quem “estar senador” deve ser pró-ativo, disciplinado, comprometido, dinâmico, metódico, responsável, concentrado, honesto, ter a capacidade  de observação, distinguir e organizar prioridades assim, ser capaz de trabalhar para que se cumpram as leis vigentes na carta magna e buscarem com uma maior vontade política, criar projetos que permitam a adaptação, locomoção e inclusão social dos deficientes, atendendo ao clamor da acessibilidade.

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